sábado, 15 de novembro de 2014

Vinte e seis anos depois, assalto ao BNB de Assu é relembrado pelo "xerife" da Polícia Civil.

Delegado Maurílio Pinto chefiou negociação no assalto ao ...Delegado Maurílio Pinto chefiou negociação no assalto ao ...
"Considero algo inédito no Estado e no país a ação desenvolvida pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte. Nós fizemos uma perseguição aérea aos bandidos, pois enquanto eles fugiam em um avião do Governo do Estado, exigido por eles, nós seguíamos atrás em outra aeronave, indo até a cidade de Belém do Pará, onde numa ação cinematográfica aconteceu o desfecho. Quatro assaltantes foram assassinados, o gerente do banco foi resgatado sem sofrer um arranhão e o líder do bando capturado, além de todo o dinheiro recuperado".
Com essas palavras o delegado aposentado da Polícia Civil, Maurílio Pinto de Medeiros, que por mais de 30 anos comandou a instituição no RN, deu início a uma entrevista à equipe de reportagem do jornal O Mossoroense, relembrando o assalto ao Banco do Nordeste de Assú, ocorrido no ano de 1988. 
Na ocasião, de acordo com Maurílio Pinto, uma quadrilha composta por cinco elementos fortemente armados, entrou na agência bancária, no centro da cidade, rendeu funcionários e clientes, em seguida os bandidos exigiram que todo o dinheiro que havia no banco fosse colocado em malotes para que eles pudessem fugir com mais facilidade. "Os bandidos não contavam que o alarme do banco havia sido acionado e em pouco tempo a quadrilha estava cercada, dentro do banco. Foi aí que tudo começou", relatou.
Após o banco cercado, os criminosos ameaçavam matar os reféns e se matarem em seguida caso as exigências feitas por eles não fossem atendidas. "Uma das exigências feitas pela quadrilha era que fosse disponibilizado um avião para que o bando fugisse com destino ao Pará, de onde muitos deles (criminosos) eram naturais. O Governo do Estado disponibilizou uma aeronave, contrapondo minha ordem e a do então delegado Dacy, que por nós o caso teria sido resolvido lá dentro do banco mesmo", explica.

A caçada
O “xerife” relembra que após várias horas de negociações em Assu, a quadrilha se manteve irredutível e só aceitava negociar se o avião fosse disponibilizado. Após a aeronave chegar no aeroporto da cidade, cinco bandidos, o gerente do banco, o piloto e o co-piloto levantaram voo com destino ao Pará.
"Eu, o delegado Dacy, e cinco agentes seguimos em outro avião, monitorando os passos da quadrilha, que fez escala em Teresina(PI) para abastecer e em seguida voou com destino à Base Aérea de Belém, onde aconteceu o desfecho final, após três dias", concluiu.

"Muita vaidade e disputa para realizar as negociações em solo paraense", disse o “xerife” potiguar
O delegado Maurílio Pinto de Medeiros contou que quando o avião conduzindo a quadrilha pousou na Base Aérea de Belém, começou um jogo de vaidades para saber quem seriam os responsáveis pelas negociações para libertar o gerente do BNB.
"O brigadeiro comandante da Base Aérea estava de férias e a instituição estava sob o comando de um tal de major Fernandes, um sujeito arrogante e sem nenhuma experiência para lidar com situações de risco envolvendo refém", relatou.
Na ocasião, conforme o “xerife”, o major Fernandes tentou uma investida para ver se os criminosos sediam e libertavam o refém, colocando uma máquina enchedeira à frente de um jipe para invadir o avião, porém a ação foi percebida pelo bando que se antecipou e evitou a invasão, com o suicídio de um elemento.
"Quando o jipe se aproximou do avião onde a quadrilha estava, o chefe do bando, identificado como Edivan Chuvas, enviou um comparsa até a porta do avião, o sujeito com um revólver na mão, olhou para o major e em seguida se matou na frente de todo mundo, com um tiro no ouvido. Quando o oficial viu aquela cena teve um ataque de nervosismo e deixou de se meter nas negociações que ficaram a cargo da Polícia Federal".
Ainda segundo o delegado Maurílio Pinto, após três dias dentro do avião pousado na Base Aérea, o gerente do banco aproveitou um descuido da quadrilha, pulou da aeronave com as mãos para cima e correu até onde os policiais estavam.
"O gerente pulou gritando: sou o gerente, não atirem. Dito isso, correu para os policiais,ileso completamente. Após o gerente ficar em segurança, o avião foi invadido debaixo de um grande tiroteio, que só escapou vivo o Edivan Chuvas, os demais morreram todos. O dinheiro também foi recuperado", concluiu. Fonte: omossoroense.

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