Adriano Abreu
Luciano Cavalcanti garantiu que pendências foram regularizadas
Os recursos estão emperrados no âmbito do Governo Federal. De acordo com o Ministério da Integração, o Governo do Estado não concluiu o processo licitatório para escolha da empresa que realizará a instalação dos sistemas de abastecimento, que podem incluir a perfuração, instalação ou recuperação de poços tubulares, dependendo das características das localidades a serem beneficiadas. O convênio foi celebrado em 2012 dentro das medidas do decreto de emergência por causa da seca, e prevê um recurso de R$ 20 milhões repassados em três parcelas.
“Referente ao convênio, celebrado em 2012, foi repassado ao Estado, no mesmo ano, a primeira parcela de R$ 9,2 milhões. A segunda parcela do convênio, no valor de R$ 12,7 milhões, prevista para o ano de 2013, ainda não foi liberada, tendo em vista que o Estado não concluiu o processo licitatório até o momento”, disse o MIN por meio de nota.
Em reportagem publicada na edição desta sexta-feira, 9, a TRIBUNA DO NORTE mostrou que o Rio Grande do Norte possui 1.565 poços tubulares não instalados – ou seja, foram perfurados, porém não estão equipados com bombas de água ou cataventos que possibilitem a retirada de água do lençol freático. Se estivessem em funcionamento, as estruturas poderiam dobrar a capacidade de vazão para abastecimento de água.
De acordo com o secretário estadual de recursos hídricos, Luciano Cavalcanti Xavier, a demora na escolha da empresa foi causada durante a renovação do decreto de emergência. “Como o decreto terminou em abril, a empresa teve medo de dar continuidade ao serviço sem a garantia do processo e do recebimento. Como foi renovado, retomaremos o processo”, justificou. De acordo com ele, a situação já foi regularizada. A Secretaria Estadual de Recursos Hídricos ainda chegou a receber uma parte da parcela de R$ 12,7 milhões – R$ 612 mil – que custeou a reinstalação de dez poços em Tangará, a 82 quilômetros da capital potiguar.
Cavalcanti ainda afirmou que os recursos são destinados, prioritariamente, para a recuperação de poços. “Às vezes perfuramos um poço e, como não temos recursos para instalar, vai passando o tempo e ele perde um pouco a qualidade. Por isso precisamos recuperar. Se chegarmos lá para recuperar o poço e ele estiver seco, não tiver nada, aí novos perfuramos um novo e instalamos”, acrescentou.
Apesar da garantia de retomada da licitação, o secretário não informou a data de reinício do programa de recuperação de poços. “Já estamos para iniciar esse processo. Deve acontecer até o final do mês”, titubeou. A instalação de poços faz parte das medidas do Plano Emergencial de Combate à Seca do Estado. De acordo com a Semarh, o programa beneficiará municípios do Seridó e Agreste, como Lajes e Tangará.
Para a coordenadora de poços da Semarh, Telma Tocha, o descompasso entre a perfuração e instalação de poços no RN é causada pela falta de recursos – financeiros e humanos. “Equipe nós não temos para instalar. A equipe que vinha da Sudene já se aposentou. Por isso dependemos dos recursos”, aponta. A Semarh possui máquinas para fazer a perfuração de poços, mas precisa contratar empresas para equipá-los com bombas d’água, cataventos e, por vezes, dessalinizadores. A instalação de cada poço pode custar até R$ 23 mil. Entre 2011 e 2013, 515 poços foram perfurados e apenas 134 foram instalados no RN.
Oiticica
Este não é o único recurso que o RN tem a receber do Ministério da Integração. Cerca de R$ 11 milhões ainda não foram repassados à Semarh para a obra da barragem de Oiticica, reservatório em construção entre Jucurutu e Jardim de Piranhas.
De acordo com a Semarh, os recursos que seriam transferidos por meio do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) estão em atraso desde fevereiro. O secretário de recursos hídricos, Luciano Cavalcanti, informou que a obra não vai parar. “Ainda em maio concluímos. Faltam apenas seis quilômetros”, ressaltou. Fonte: tribunadonorte.
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