Rayane Mainara
Delegados revelaram, em entrevista coletiva, que sofreram ameaças durante investigações
Segundo relatos da Polícia Civil, o crime teria ocorrido devido à expulsão do tenente da PM Iranildo Félix da academia onde Luiz de França dava aulas de jiu-jitsu e MMA. O tenente ficou revoltado com o fato de ter sido expulso na frente de outros alunos, o que o levou a arquitetar um plano de vingança. Segundo o delegado Sílvio Fernando, um dos que participou da investigação sobre o crime, Iranildo Félix teria procurado o soldado da guarda da Rocam, Moisés Gonçalo do Nascimento, de 41 anos, para auxiliá-lo no crime.
De acordo com as investigações, o primeiro contato teria ocorrido na madrugada do domingo (9), na própria guarda da Rocam, onde o soldado da Polícia Militar estava de serviço. No encontro, eles teriam definido os detalhes para o crime do dia seguinte.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o tenente Iranildo Félix teria ligado para Moisés Gonçalo ainda pela manhã, antes dos dois se encontrarem. De lá, teriam ido em uma motocicleta pilotada pelo soldado até a academia onde estava Luiz de França, que foi executado a tiros. Os disparos, segundo a polícia, teriam sido efetuados por Iranildo Félix.
“Conseguimos trazer ao inquérito policial várias provas que o colocam na cena. Uma das provas é o encontro que eles tiveram na manhã do crime. O Iranildo se encontrou com o Moisés no apartamento dele naquela manhã. De lá, seguiram para a 3ª Companhia do 9º Batalhão, onde foram vistos por testemunhas com as mesmas vestes dos criminosos”, declarou a delegada Danielle Filgueira, uma das responsáveis pela invetigação.
Segundo relatos da Polícia Civil, Moisés Gonçalo já respondia por denunciação caluniosa e é indiciado por envolvimento em um sequestro. Ele foi preso temporariamente e Iranildo Félix, que já estava detido no comando da PM, teve a prisão temporária prorrogada por mais 30 dias.
Ameaças
De acordo com a Polícia Civil, a delegada Danielle Filgueira chegou a ser ameaçada de morte pelo soldado Moisés Gonçalo. “Policiais colegas dele chegaram até mim e disseram que eu tivesse cuidado com ele”, relatou. Fotos dela também foram encontradas no celular dele, o que foi entendido pela polícia como uma ameaça “velada”. O caso está sob investigação do Ministério Público.
As ameaças se dão também pela investigação por parte da delegada de um sequestro de mãe e filho, ocorrido no bairro de Cidade Nova, em 11 de dezembro de 2012, pelo qual Moisés foi indiciado. “Esse policial foi indiciado por esse sequestro e também responde a uma denunciação caluniosa”, explicou doutora Danielle. As vítimas continuam desaparecidas. Moisés também ameaçou de morte autoridades policiais e policiais que depuseram sobre o caso.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, uma lista com os nomes dos delegados Silvio Fernando e Danielle Filgueira e outras pessoas foi encontrada no apartamento de Iranildo Félix, o que caracterizou para a polícia como pessoas listadas para morrer numa possível queima de arquivo.
“Essa lista foi encontrada na ocasião da prisão do tenente Iranildo. Com nomes de pessoas que eram ameaçadas e inclusive eu era o sexto da lista. A Danielle foi ameaçada por telefone. Moisés tirou uma foto dela e mandou para Iranildo como se fosse a delegada que estava perseguindo ele, mas na verdade nós estamos apenas fazendo o nosso trabalho”, afirmou o delegado Silvio Fernando.
O caso
O instrutor da Academia Alta Performance, Luiz de França Souza Trindade, 25, foi morto a tiros no dia 10 de fevereiro, no conjunto Cidade Satélite, por volta das 10h, em frente à academia. Os suspeitos chegaram em uma moto e o ‘carona’ disparou várias vezes contra Luiz e um outro instrutor. Fonte: tribunadonorte.
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