terça-feira, 29 de abril de 2014

Ao rejeitar proporcional, PT abre crise no PSD

A coligação PSD-PT, que foi ratificada no encontro estadual do PT, colocando o vice-governador Robinson Faria como candidato ao Executivo e a deputada federal Fátima Bezerra como postulante ao Senado, enfrenta sua primeira crise. No evento, ocorrido no sábado, os petistas aprovaram resolução definindo pela chapa própria na disputa de deputado estadual.  No entanto, a definição encontra resistência entre pré-candidatos do PSD na chapa proporcional.
João Gilberto
Gesane Marinho afirma que os deputados do PSD querem uma coligação sem restriçõesGesane Marinho afirma que os deputados do PSD querem uma coligação sem restrições

Embora o vice-governador Robinson Faria tenha afirmado, durante o evento, que compreende a posição do PT, o fato não é aceito por deputados estaduais do PSD. A deputada estadual Gesane Marinho disse desconhecer que já foi fechado o acordo para o PT sair sozinha na disputa para Assembleia Legislativa. “As conversas em relação a proporcional estão acontecendo. Queremos uma coligação com todos juntos”, disse Gesane Marinho.

A parlamentar observou que o vice-governador Robinson Faria sabe da reciprocidade que há. “Ele (Robinson) não pode ir para o projeto sem a gente, e a gente não pode ir para o projeto sem ele”, comentou a deputada estadual.

Gesane Marinho lembrou que na última reunião, com a presença do deputado federal Fábio Faria, do deputado José Dias e do candidato Galeno Torquato, ficou definido que o PSD quer coligação proporcional com o PT. “Não pode haver discricionariedade. Só é bom em determinado ponto e em outro não. Então isso não é parceria. É isso que estamos mostrando nas conversas. Sei que o PT precisa fazer sua análise, mas a coligação precisa ser completa”, destacou a deputada. Ela foi ainda mais enfática: “Tem que ser todo mundo junto, é importante a união total”

Ex-prefeito de São Miguel e pré-candidato a deputado estadual pelo PSD, Galeno Torquato, tem uma avaliação semelhante a de Gesane Marinho. Ele questiona que tipo de motivação haverá para defender uma candidata ao Senado cujo partido não aceitou fazer coligação proporcional com o seu. “Como pode ter uma coligação na majoritária e não na proporcional. O PT está míope, pensando pequeno, um partido que quer eleger uma senadora pelo Rio Grande do Norte não pode pensar nessa amplitude”, destacou.

Alianças
O pré-candidato a deputado estadual afirmou esperar para a próxima reunião do PT, no dia 31 de maio, para que defina pela união na proporcional com o PSD. “Como vou ter ânimo para entrar firme e forte na candidatura ao Senado se o partido não quer coligar na proporcional?”, questiona.

As declarações em tom de desabafo da deputada Gesane Marinho e do candidato Galeno Torquato entram em choque com a posição do vice-governador Robinson Faria. Ao ser entrevistado no último sábado, quando participava do encontro estadual do PT, ele afirmou que compreendia o posicionamento do PT de não se coligar na proporcional. “Conversei com os deputados (do PSD), o partido (PSD) terá que encontrar sua saída, vamos enriquecer nossa nominada e procurar os demais partidos que ainda não definiram suas coligações proporcionais”, disse Robinson Faria.

Ele afirmou não ter dúvida que o PSD conseguirá eleger três deputados estaduais e lembrou que desde o início das negociações com o PT a legenda já mostrou resistência em se coligar na proporcional. “O PT nunca escondeu de nós que tem uma tradição de não se coligar na chapa proporcional para deputado estadual. Isso sempre foi muito transparente. Tentamos evoluir nesse exercício para ver se fazíamos a proporcional para deputado estadual e federal, mas o PT vai manter sua tradição”, destacou Robinson Faria.

O pré-candidato ao Governo disse que não há qualquer crise e que tudo está sendo construído com “total tranquilidade, não houve curto circuito, nada abalou nossa relação com o PT”. Fonte: tribunadonorte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário